Fonte: jornal O Povo
A ação da Polícia Federal é um desdobramento da chamada Operação Unfair Play. Também foi detido Leonardo Gryner, considerado o braço-direito de Nuzman no comitê organizador dos Jogos.
Nuzman é o único presidente de um comitê organizador de Jogos Olímpicos a ocupar também o cargo de chefe de comitê olímpico do país-sede.
Além dos mandados de prisão, foram cumpridos mandatos de busca e apreensão nas casas e empresas de Nuzman e Gryner e a quebra de sigilo telemático.
Segundo o MPF, nos últimos dez dos 22 anos de presidência do COB, Nuzman ampliou seu patrimônio em 457%, sem indicação clara de seus rendimentos, além de manter parte de seu patrimônio oculto na Suíça.
Em razão das proporções mundiais do fato, o MPF requer, ainda, pelos danos morais causados, o bloqueio do patrimônio de Nuzman e Gryner em até 1 bilhão de reais.
Segundo os investigadores, Nuzman seria a "ponte" entre o esquema de do governo Sérgio Cabral, condenado a 45 anos de prisão por corrupção e participação em organização criminosa, e os membros do Comitê Olímpico Internacional (COI).
A investigação se centra na compra do voto do senegalês Lamine Diack por 2 milhões de dólares. A PF afirma que o empresário Arthur César Soares de Menezes, foragido há um mês, foi o responsável por pagar a quantia a ele em outubro de 2009, semanas antes da escolha do Rio como sede.