A difusão de conteúdos enganosos
na Internet nas disputas municipais de 2020 vem preocupando especialistas no
assunto. O tema foi objeto de debate no seminário “Internet, Desinformação e
Democracia”, em São Paulo, promovido pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (
CGI.br).
Criado
em 1995, o comitê é responsável pela administração dos domínios “.br” e por
diretrizes para o desenvolvimento da rede mundial de computadores no país.
Durante o evento foram discutidas propostas para o enfrentamento de conteúdos
enganosos nas plataformas digitais.
Em
sua apresentação, a advogada e integrante do CGI Flávia Lefévre manifestou
preocupação com o poder das plataformas e com a capacidade econômica em escala
mundial, destacando que a minirreforma eleitoral restringiu a propaganda paga
na internet apenas a grandes plataformas, especialmente Facebook e Google.
O
ex-ministro do Tribunal Superior, Eleitoral (TSE), Henrique Neves, destacou a
complexidade de tratamento das notícias falsas nas eleições de 2020, lembrando
que a análise de violações na propaganda eleitoral será feita por 2.800 juízes
das zonas eleitorais responsáveis pelas disputas municipais nas diferentes
regiões do país. O total de candidatos, estimou Neves, deve passar dos 500 mil
com as novas regras.