quarta-feira, 3 de junho de 2020

ALÉM DO COLAPSO NA SAÚDE FALTA DE SANEAMENTO DEIXA CEARENSES MAIS EXPOSTOS À COVID-19

Desigualdade social e falta de saneamento básico - ETEs Sustentáveis


Com mais de 53 mil casos confirmados e 3,4 mil mortes até esta terça-feira (2), a pandemia de covid-19 tem escancarado um problema estrutural no Ceará que vai além do colapso na saúde: a falta de saneamento básico. No estado em que mais de 6,5 milhões de habitantes não têm coleta de esgoto e 3,6 milhões sequer têm água potável na torneira, a recomendação de lavar as mãos para se proteger da doença se torna um desafio diário. Os dados são do Painel Saneamento Brasil.

Para o presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (Abcon), Percy Soares Neto, a solução do problema é ampliar os investimentos no setor, o que ajudaria a diminuir a pressão no sistema público de saúde, com menos pessoas doentes em virtude da prestação inadequada desses serviços essenciais.

Apesar dos dados oficiais mostrarem um quadro crítico no estado, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) garante que, atualmente, mais de 98% da população é atendida com água tratada e 46% com rede de esgoto. No plano de investimentos, a estatal prevê aplicar, até 2023, R$ 1,2 bilhão em saneamento básico nos 152 municípios que atende.