O Deputado federal, Leônidas Cristino
(PDT), discursou na Câmara Federal, na quarta-feira (18), falando dos 300 mil pequenos agricultores
que obtém o sustento no extrativismo da palha da carnaúba.
Confira seu discurso resumido.”
“No período de seca no Nordeste,
cerca de 300 mil pequenos agricultores obtém o sustento no extrativismo da
palha da carnaúba. É a única fonte de renda do trabalho agrícola na região,
quando as outras atividades são interrompidas.
Os estados do Piauí, Ceará, Rio
Grande do Norte e Maranhão, que
são os maiores
produtores, já tiveram na cultura uma
das principais fontes da pauta de exportação. Mas a produção tem caído.
Nos últimos anos, uma série de
problemas afeta a cultura da carnaúba, ameaçada pela propagação de uma planta
invasora, uma trepadeira que mata a palmeira. Notei a urgência desta
preocupação ao participar de audiência pública na Câmara Municipal de Sobral,
na semana passada, sobre o tema Preservação e Fomento da Carnaúba.
O estabelecimento de uma agenda comum
para trabalhar na cadeia produtiva da carnaúba exige a união de esforços do
poder público, federal, estadual e municipal. A pauta deve ter enfoque
sistêmico, de modo a abranger o plantio, manejo, tecnologia da extração,
indústria, pesquisa, financiamento e comercialização de derivados.
Com este objetivo, quero propor a
criação da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva da Carnaúba. Peço apoio aos
colegas deputados.
A palmeira é nativa na região. A sua
exploração para extração do pó é ambientalmente equilibrada. Os subprodutos são
aproveitados para adubo, ração, o rico artesanato da palha e até medicamento,
objeto de pesquisa na Universidade Estadual do Ceará.
O pó de carnaúba é ingrediente de
produtos das indústrias cosmética, alimentícia, componentes automotivos,
tintas, impermeabilizantes e outros itens.
A ciência consegue sintetizar muitas
moléculas, mas até agora não tem substituto para os produtos derivados da
carnaúba, que vêm da química fina da natureza”.