Em retaliação à Executiva Nacional do
PT e ao Palácio do Planalto, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), decidiu ontem (2) deflagrar o processo de impeachment contra a
presidente Dilma Rousseff.
Na tentativa de recuperar o apoio do PSDB, que anunciou
no mês passado o rompimento com o peemedebista, ele decidiu acolher o pedido de
afastamento da petista apoiado pelo partido e assinado pelos advogados Hélio
Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Pascoal.
Em
troca, espera que o líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Carlos Sampaio (SP),
convença os dois deputados tucanos que integram o Conselho de Ética a
renunciarem ou mudarem de posição pelo arquivamento do pedido de cassação do
mandato do peemedebista.
Em avaliação com seus assessores, a presidente disse que pelo menos acabou a indefinição que estava “imobilizando” o governo.
No
seu anúncio, Cunha tentou evitar relacionar sua decisão à posição da bancada do
PT na Câmara dos Deputados de votar pelo prosseguimento no Conselho de Ética do
processo de cassação de seu mandato. Segundo ele, sua definição é um “gesto
delicado”, em um momento no qual “o país atravessa uma situação difícil”, mas
que não há mais “condições de postergar”.