Os brasileiros que possuem os menores níveis
de renda sofreram mais com os aumentos nos valores da luz e do gás de cozinha,
no mês passado, de acordo com o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.
O impacto da alta de 4,6% na energia elétrica e de 1,6% no gás, no período, foi
quase três vezes maior sobre a inflação dos mais pobres do que sobre a dos mais
ricos.
De acordo
com os cálculos do Ipea, a alta desses custos com habitação teve um impacto de
0,29 pontos percentuais entre pessoas cuja renda familiar é inferior a R$
900,00 mensais. Já entre aqueles com ganhos maiores que R$ 9.000,00 – o impacto
foi de 0,11 pontos percentuais.
Outro
item que impactou diferentemente o bolso das diferentes faixas de renda foram
os transportes. No agregado, os preços da item tiveram alta de 0,52%, segundo o
IBGE, motivada pelos aumentos da gasolina (2,92%) e do etanol (4,14%). Os
reajustes nos combustíveis impactaram mais as famílias de maior renda,
exercendo um impacto de 0,20 pontos percentuais na inflação entre aqueles com
renda familiar superior a R$ 9.000,00. Já entre os mais pobres, com renda
familiar até R$ 900,00, a queda nas tarifas dos ônibus urbanos (0,6%) e
interestaduais (1,6%) levou a um recuo de -0,04 ponto percentual na inflação.