Deputado estadual Sérgio Aguiar (PDT) apresentou artigo, divulgado no
blog do Eliomar de Lima, abordando o tema: Lagosta, o nosso Ouro do Mar, ele
aborda os gargalos que o setor lagosteiro enfrenta no Ceará.
O deputado estadual, Sérgio Aguiar é presidente da Comissão de Indústria,
Comércio, Turismo e Serviços da Assembléia Legislativa do Ceará.
Confira o artigo de Sérgio.
“Em 2018 o
Ceará exportou US$ 62,5 milhões de peixes e crustáceos, moluscos e outros
invertebrados aquáticos. Foram 6,7 mil toneladas. Perdemos apenas para o Estado
do Pará. Mesmo assim, o Ceará cresceu 14% no valor exportado e 40% no volume em
toneladas, o que representou 25% da exportação nacional de pescados. Os nossos
principais mercados consumidores foram, pela ordem, Estados Unidos, China,
Guatemala, Austrália e Taiwan. Ao todo, mais de 40 países compraram produtos
cearenses.
Em 2019,
somente nos oito primeiros meses, o segmento de pescados, tradicional na pauta
exportadora cearense, registrou crescimento de 199%, chegando a US$ 47 milhões ou
cerca de R$ 190 milhões. Superamos o Pará, que ficou em segundo lugar. Para se
ter uma ideia da importância do nosso crescimento nacional, exportamos US$ 11
milhões a mais do que o Pará. Em terceiro aparece Santa Catara, com US$ 15
milhões. Os números são do Centro Internacional de Negócios da Federação das
Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), com base em dados do Ministério da
Economia, através da Secretaria do Comércio Exterior (Comex).
Mas, entre os
crustáceos, o principal item na pauta de exportação é a lagosta¸ que contém
cerca de 19 gramas de proteína em cada 100 gramas da carne do animal, além de
ser rica em vitaminas e minerais e de contribuir para a formação dos glóbulos
vermelhos, responsáveis pelo transporte de oxigênio para os tecidos, auxiliando
na melhora do desempenho físico de atletas, por exemplo. A lagosta também é uma
boa fonte de sais minerais, como o iodo. Os crustáceos, de uma maneira geral,
são bastante consumidos no Ceará, principalmente o caranguejo, que também tem
muita vitamina e sais minerais. A diferença é que a lagosta tem um preço mais
alto por ser animal de difícil captura, já que vive numa profundidade marítima
em torno de 500 metros.
Somente a
exportação de lagosta este ano chegou ao montante de US$ 29 milhões,
representando 61% de tudo que foi vendido pelos cearenses para o exterior.
Registre-se que a lagosta inteira é bastante valorizada e neste aspecto temos
nos preocupado através do Programa Lagosta Viva, do Governo do Estado. E a
tendência é este segmento se consolidar, gerando cada vez mais emprego e renda
no Ceará.
Mas, apesar de
todos os esforços, há dois gargalos que precisam ser superados: o Ceará ainda
enfrenta a pesca predatória Precisamos cuidar das espécies juvenis, da
procriação da lagosta sem capturar as espécies ovadas e respeitar o defeso. Ai,
sim, teremos uma maior produtividade. O outro gargalo, igualmente preocupante,
é a logística, que garante a chegada e a reputação dos produtos cearenses no
exterior. Os cuidados nesses transportes são, basicamente, com três tipos de
deterioração: biológica/química e/ou físicas. Qualquer uma delas pode
prejudicar a qualidade do produto para o comércio exterior, que segue critérios
rigorosos para a compra dos produtos.
Claro que o
resultado das exportações poderia ser melhor se houvesse número de contêineres
refrigerados suficiente para atender à demanda. Tanto o consumo interno como a
exportação de pescados podem melhorar muito com uma boa logística. Precisamos
de uma visão estratégica e profissional do setor pesqueiro para aproveitar de
forma sustentável nosso potencial.
Assim, se
continuarmos na luta pelo cumprimento do período de defeso e se aumentarmos a
logística, o Ceará tem tudo para crescer, ainda mais, na exportação de
pescados, principalmente, da lagosta, o nosso ouro do fundo do mar.
Sergio Aguiar,
Deputado estadual do PDT/CE.