A provável derrubada do veto de Lula (PT) no projeto das saidinhas de
presos em datas comemorativas envolveu uma divisão entre ministros fortes do
governo. Prevendo uma derrota no Congresso, integrantes do Palácio do Planalto
trabalharam, antes da sanção da lei, contra as recomendações feitas ao
presidente pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
A ala liderada pelos ministros da Casa Civil, Rui
Costa, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tentou convencer Lula a
sancionar na íntegra o projeto, aprovado pelo Congresso em março deste ano, que
restringiu as situações em que presos poderiam ser beneficiados pelas chamadas
saídas temporárias. O argumento era o de que o veto em um tema relacionado à
segurança pública representaria desgaste para o governo no Parlamento,
majoritariamente conservador, e também para a esquerda em ano de eleições
municipais.